*Por João Leal

Dívidas são um problema comum em empresas de todos os tamanhos e setores. Segundo Agência Brasil, o período de crise financeira iniciado em 2020 afetou as vendas das micro e pequenas empresas em 59%. E o baixo faturamento somado às inadimplências dos próprios consumidores obrigaram empreendedores a agir.

Devido a enorme inadimplência, segundo uma pesquisa da IstoÉ, realizada com empresários, afirma que 80% dos entrevistados adotaram cortes de despesas, 37% optaram pelas renegociações com bancos e os demais iniciaram medidas drásticas como demissões e renegociação de salários, tudo para evitar mais endividamento.

Seja pelo atraso nos pagamentos das próprias empresas, seja pela inadimplência dos consumidores, o endividamento é uma realidade que está batendo na porta de 5,33 milhões de micro e pequenas empresas e precisa ser encarada com seriedade para que estas dívidas não resultem em mais dívidas, ou até mesmo na falência da empresa.

Quando um cliente deixa de pagar uma dívida, a empresa pode tomar medidas para tentar recuperar o crédito, seja por meio de um acordo amigável ou por meio de uma ação judicial. Neste artigo, vamos discutir como tratar uma dívida dentro de uma empresa e quais são os caminhos para realizar uma ação judicial para recuperação de crédito.

O primeiro passo para tratar uma dívida dentro de uma empresa é identificar qual é o valor da dívida e quem é o devedor. A partir daí, é importante entrar em contato com o devedor, seja por telefone, e-mail ou carta, para tentar negociar o pagamento da dívida.

É importante que esse contato seja feito de forma respeitosa e profissional, buscando entender as razões da falta de pagamento e apresentando possíveis soluções, executando um ciclo de cobrança extrajudicial, assunto que discutiremos nos próximos artigos.

Caso o contato inicial não seja suficiente para resolver o problema, é possível enviar notificações de cobrança, com prazos para o pagamento da dívida e posteriormente caso a dívida persista, as empresas podem e devem recorrer à justiça para reaver o valor devido.

As ações judiciais em sua maioria é a maneira mais eficaz de recuperação de crédito para as empresas, nesse caso, é importante buscar a orientação de um advogado especializado em direito empresarial, que poderá avaliar o caso e indicar qual é o melhor caminho a seguir.

Em todos os casos, é importante que as empresas tenham em mãos documentos que comprovem a existência da dívida, como contratos, faturas e comprovantes de pagamento. É importante também que a empresa mantenha um registro detalhado de todas as tentativas de cobrança e de todos os contatos realizados com o devedor.

É possível dizer que, a cobrança judicial pode ter um efeito preventivo e dissuasório sobre futuros inadimplentes, ou seja, inibe os futuros clientes de se tornarem inadimplentes, fazendo que a empresa tenha um fluxo no caixa maior.

Isso ocorre porque, ao tomar medidas enérgicas para recuperar dívidas em aberto, a empresa demonstra que está disposta a defender seus direitos e que não tolerará a falta de pagamento. Isso pode incentivar os clientes a serem mais responsáveis com suas obrigações financeiras, evitando atrasos ou inadimplências futuras.

Além disso, ao entrar com uma ação judicial para recuperar uma dívida, a empresa pode obter uma sentença favorável que estabeleça um precedente para casos semelhantes no futuro. Isso pode facilitar a cobrança de outras dívidas em aberto, reduzindo o tempo e o custo necessário para recuperar o crédito.

Por fim, com ajuda de uma assessoria a empresa pode ter uma política de crédito sólida e uma gestão responsável, podendo reduzir significativamente o impacto das dívidas em seu fluxo de caixa e garantindo a saúde financeira de seu negócio.